domingo, 26 de setembro de 2010

MANDINGA E PATUÁ.

QUEM NÃO PODE COM MANDINGA NÃO CARREGA PATUÁ

 

Uma antiga expressão diz:
“Quem não pode com mandinga, não carrega patuá”.
quem não tem competência, não se estabelece
QUEM NAO TEM JOGO NAO ENTRA,QUEM NAO SABE  FAZER NAO SE META A FAZER ,E AI VAI ,VARIOS SIGNIFICADOS USADOS EM INUMERAS MUSICAS DE CAPOEIRA PELO BRASIL E PELO MUNDO, PARA PESQUISAR ESTA FRASE TEMOS QUE PRIMEIRAMENTE COMPREENDER A FRASE ESTUDAR ELA EM PARTES*MANDINGA E PATUÁ,VAMOS AOS TERMOS TÉCNICOS.


Os Mandingas são grupos de africanos do norte que, pela proximidade com os árabes acabaram se tornando muçulmanos, religiosos que tem muitas restrições aos que não aceitam Alá como Deus ou Maomé como o seu profeta.

Com o crescimento do tráfico de escravos, vários negros mandingas vieram parar no continente americano, vítimas da ambição dos brancos. Muitos desses escravos sabiam ler e escrever em árabe. Esse estado superior de cultura desse grupo de negros fez com que fossem rotulados de feiticeiros, passando a expressão mandinga a designar feitiço.

Por outro lado, os negros que praticavam o culto aos Orixás eram vistos como infiéis pelos negros muçulmanos. Os senhores brancos, aproveitando-se dessa rivalidade e confiando aos mandingas funções superiores que aos demais, fazia a animosidade entre eles crescer. Os mandingas não eram obrigados pelos senhores brancos a comer restos de carne de porco e até mesmo permitiam que eles usassem trechos do Alcorão guardados em pequenos invólucros de pele de animais pendurados ao pescoço. Constantemente eram os negros mandingas que acabavam ocupando o lugar de caçadores de escravos fugitivos, recebendo a denominação de “capitães-do-mato”.

Quando um escravo pretendia fugir da senzala, além de se preparar para lutar sem armas através da capoeira e do maculelê, ele passava a usar o cabelo encarapinhado e pendurava ao pescoço um patuá, de modo que pensassem tratar-se de um negro mandinga, para não ser perseguido. Entretanto, se um verdadeiro mandinga o abordasse e ele não soubesse responder em Árabe, o verdadeiro mandinga descarregaria toda a sua violência nesse infeliz negro fugitivo. Assim nasceu a expressão “quem não pode com mandinga não carrega patuá”.

A vingança a quem se atrevesse a portar um falso objeto sagrado pelo muçulmano era algo muito terrível. Com o passar do tempo o hábito de utilizar patuás entre os negros foi se generalizando, pois eles acreditavam que o poder dos mandingas era devido, em grande parte, aos poderes do patuá. Por outro lado, os padres também utilizavam, e ainda utilizam, crucifixos e medalhas, agnus dei, etc., que depois de benzidos, a maioria das pessoas acredita possam trazer proteção aos devotos nelas representados. Na verdade, o uso do talismã perde-se na longa noite do tempo e confunde-se com a própria história do gênero humano.

Nos primeiros candomblés da Bahia era comum o pedido de patuás por parte dos simpatizantes e até mesmo por aqueles que temiam o culto afro, pois se dizia que o patuá poderia até mesmo neutralizar trabalhos de magia negra.

Mas afinal, o que é um patuá? O patuá é um objeto consagrado que traz em si o axé, a força mágica do Orixá, do santo católico ou guia de luz, a quem ele é consagrado.

Entre os católicos já era hábito utilizar um objeto ou fragmento que houvesse pertencido a um santo ou a um papa, até mesmo fragmentos de ossos de um mártir ou lascas de uma suposta cruz que teria sido a da crucificação de Jesus. Até mesmo terra, que era trazida pelos cruzados que voltavam da Terra Santa e que a utilizavam nesses relicários, considerados poderosos amuletos, que deveriam atrair bons fluidos e proteger dos infortúnios. Estes eram chamados de relicários. O nome relicário é originário do latim relicare-religar, que acabou formando a palavra relíquia. Logo o clero percebeu que não poderia impedir o uso dos patuás pelos negros, que os tiravam antes de entrar na igreja, mas voltavam a usá-los ao afastar-se dela. Decidiram, então, substituir os patuás africanos, que traziam trechos do Alcorão, por outro que trazia orações católicas, medalhas sagradas, agnus dei, etc.

Com a formação dos primeiros templos de Umbanda e a possibilidade de um contato mais direto com diversas entidades espirituais, as pessoas que buscavam proteção começaram a encontrar nesses objetos sagrados um apoio (era algo material que continha a força mágica vibratória sempre consigo). A partir de então, as entidades passaram a orientar sua elaboração, indicando quais objetos seriam incluídos na confecção do patuá e como se deveria proceder com eles para que recebessem o seu axé, ou seja, a força mágica.

Na verdade, a procura do patuá ou talismã é feita principalmente por quem se sente inseguro e conseqüentemente necessitado de maior proteção.
Os componentes mais utilizados para a confecção dos patuás são os seguintes: figas de guiné, cavalos marinhos, olho de lobo, estrelas de Salomão, estrelas da guia, cruz de caravaca, couro de lobo, pêlo de lobo, Santo Antonio de Guiné, imagens de Exu e Pomba-Gira, pontos diversos, orações, sementes variadas, imãs, dentes de cavalo, etc.

Não podemos esquecer que esses componentes singelos não têm valor se não forem preparados pelas entidades incorporantes.
Somente estas podem dar o axé do patuá.

Wikipédia, a enciclopédia livre. significado técnico
Os mandingos (em mandingo: Mandinka) são um dos maiores grupos étnicos da África Ocidental, com uma população estimada em 11 milhões. São descendentes do Império Mali, que ascendeu ao poder durante o reinado do grande rei mandingo Sundiata Keita. Os mandingos pertencem ao maior grupo etnolinguístico da África Ocidental - o Mandè - que conta com mais de 20 milhões de pessoas (incluindo os diulas, os bozos e os bambaras). Originários do atual Mali, os mandingos ganharam a sua independencia de impérios anteriores no século XIII e fundaram um império que se estendeu ao longo da África Ocidental. Migraram para oeste a partir do rio Níger à procura de melhores terras agrícolas e de mais oportunidades de conquista. Através de uma série de conflitos, primeiramente com os fulas (organizados no reino de Fouta Djallon), levaram metade da população mandingo a converter-se do animismo ao islamismo. Hoje, cerca de 99% dos mandingos em África são muçulmanos, com algumas pequenas comunidades animistas e cristãs. Durante os séculos XVI, XVII e XVIII, cerca de um terço da população mandinga foi embarcada para a América como escravos, após a captura em conflitos. Uma parte significativa dos afro-americanos nos Estados Unidos são descendentes de mandingos.
Os mandingos vivem principalmente na África Ocidental, particularmente na Gâmbia, Guiné, Mali, Serra Leoa, Costa do Marfim, Senegal, Burquina Faso, Libéria, Guiné-Bissau, Níger, Mauritânia, havendo mesmo algumas comunidades pequenas no Chade, na África Central. Embora bastante dispersos, não se constituem no maior grupo étnico em qualquer dos países em que vivem, exceto na Gâmbia.

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Mandingos no Brasil

Mandinga no Brasil Colonial era a designação de um grupo étnico de origem africana, praticantes do muçulmanismo, possuidor do hábito de carregar junto ao peito, pendurado em um cordão, pequeno pedaço de couro com inscrições de trechos do alcorão, que negros de outras etnias denominavam patuá. Depois de feita a inscrição o couro era dobrado e fechado costurando-se uma borda na outra. Via de regra por serem melhor instruídos que outros grupos e possuirem conhecimento de linguagem escrita, eram escolhidos para exercerem funções de confiança, dentre elas a de capitão-do-mato. Costumavam usar turbantes, sob os quais normalmente mantinham seus cabelos espichados. Diversos negros fugidos de outras etnias, para tentarem disfarçar o fato de não serem livres espichavam o cabelo e usavam o patuá em um cordão junto ao peito, porém sem as inscrições. Os mandinga tinham o costume de se reconhecerem mutuamente recitando trechos do alcorão uns para os outros. Caso o negro interpelado não recitasse o trecho correto, o capitão-do-mato de etnia mandinga, capturaria o fugitivo imediatamente. Outras etnias viam nessa identificação entre si como um fenômeno mágico, atribuindo muitas vezes ao patuá poderes mágicos que permitiriam ao mandinga identificar os fugitivos.

Outros significados no brasil* 
O Patuá é um amuleto muito utilizado por pessoas ligadas ao Candomblé, o amuleto é feito de um pequeno pedaço de tecido na cor correspondente ao Orixá ,ao qual é bordado o nome do Orixá e colocado um determinado preparo de ervas e outras substâncias atribuídas a cada Orixá. A pessoa utiliza o Patuá especifico do seu Orixá no bolso da sua vestimenta,dentro de carteiras de cédulas, bolsas para obter proteção e sorte do seu Orixá.

“Quem não pode com mandinga, não carrega patuá”, diz uma antiga expressão, hoje muito usada como sinônimo de outra coisa que diz: “quem não tem competência, não se estabelece


PATUÁ

os padres também utilizavam, e ainda hoje utilizam, crucifixos e medalhas, Agnus Dei, etc., que, depois de benzidos, a maioria das pessoas acredita possam trazer proteção aos devotos nelas representados. Nos primeiros terreiros de Candomblé que se organizavam, era comum o pedido de patuá por parte dos simpatizantes e até mesmo por aqueles que temiam o culto afro, pois dizia-se que o patuá poderia até mesmo neutralizar trabalhos de magia negra. MAS, AFINAL, O QUE É PATUÁ? O patuá é um objeto consagrado que traz em si o Aché, a força mágica do Orixá, do santo católico ou Guia de luz, a quem ele é consagrado. Entre os católicos já era hábito usar um fragmento de qual quer objeto que houvesse pertencido a um santo ou a um papa, até mesmo fragmento de ossos de um mártir ou lascas de uma suposta cruz que teria sido a de Cristo. Até mesmo terra, que era trazida pelos cruzados que voltavam da Terra Santa e que a utilizavam nesses relicários, considera dos poderosos amuletos, que deveriam atrair bons fluidos e proteger dos azares. O nome relicário é originário de latim relicare-religar, que acabou formando a palavra relíquia. Logo o clero percebeu que não poderia impedir o uso dos patuás pelos negros, que os tiravam antes de entrar na igreja, mas voltavam a usá-los ao afastar-se de lá. Decidiram, então, substituir o patuá africano (o autêntico), que trazia trechos do Alcorão, por outro que trazia orações católicas, medalhas sagradas, Agnus Dei (uma espécie de medalha com o formato de coração, que se abre ao meio, onde se encontram as figuras de Jesus e Maria ou ainda símbolos da Igreja tradicional). Com a formação dos primeiros templos de Umbanda e a possibilidade de um contato mais estreito com diversas Entidades espirituais, as pessoas que bus­cavam proteção começaram a encontrar nesses objetos sagrados um apoio (era algo material que continha a força mágica vibratória da entidade que o trabalhara e que o crente poderia ter sempre consigo). A partir daí, as entidades de luz passaram a orientar sua elaboração, indicando quais objetos seriam incluídos na confecção do patuá e como se deveria proceder com eles para que recebessem o seu Aché, isto é, a força mágica. Os ingredientes geralmente mais utilizados para a confecção dos patuás são os seguintes: Figas de guiné; Cavalos marinhos; Olhos de lobo (raros e caros); Estrela de Salomão; Estrela da guia; Cruz de caravaca; Couro de lobo; Pêlo de lobo; Santo Antonio de guiné; Imagens de Exu e Pomba Gira da Guiné; Pontos di versos; Orações; Sementes varia das; Imãs, etc. Não nos esqueçamos que essas coisas singelas não têm nenhum valor se não forem preparadas pelas entidades incorporantes. Somente estas podem dar o Aché-AXÉ- ao patuá.
 
 Vai tirando a mão do meu patuá


Nem quando eu quebro tú reza
Tô falando pra você
Seu que o seu olho é grande
Mas eu gosto é de viver
E vai tirando a mão do meu patuá
Que essa mandinga é forte vai te derrubar
Vai tirando a mão do meu patuá
É do meu patuá, é do meu patuá
Vai tirando a mão do meu patuá
A mandinga é bem forte pode lhe matar
Vai tirando a mão do meu patuá
Oi o seu laco não me corta
Que não pode me cortar
Outro laco que meu cobre
Tambem no mesmo lugar
Oi vai tirando a mão do meu patuá
Essa mandinga é forte vai te derrubar
Vai tirando a mão do meu patuá
É do meu patuá, é do meu patuá
Vai tirando a mão do meu patuá
A mandinga é bem forte pode lhe matar
Vai tirando a mão do meu patuá
Ora mamãe diga pra mim
Cuidado pode voltar
Sou marcado pela palha
Que da nome ão Orixá
Vai tirando a mão do meu patuá
Que a mandinga é bem forte vai te derrubar
Vai tirando a mão do meu patuá
É do meu patuá, é do meu patuá
Vai tirando a mão do meu patuá
A mandinga é bem forte pode lhe matar
Vai tirando a mão do meu patuá
Oi eu vou lhe encontrar na volta, ai meu Deus
Porque volta o mundo dá
E quem hoje está por cima
Amanhã não estará
Oi vai tirando a mão do meu patuá
Essa mandinga forte vai lhe derrubar
Vai tirando a mão do meu patuá
É do meu patuá, é do meu patuá
Vai tirando a mão do meu patuá
A mandinga é bem forte pode lhe matar
Vai tirando a mão do meu patuá
Oi sua mãe é traicoeira
Mas não pode me ajudar
Na roda de capoeira
Tenho história pra contar
Oi vai tirando a mão do meu patuá
Que essa mandinga é forte vai te derrubar
Vai tirando a mão do meu patuá
É do meu patuá, é do meu patuá
Vai tirando a mão do meu patuá
A mandinga é bem forte pode lhe matar
Vai tirando a mão do meu patuá
Eu tenho até dias de nobre
E luto com ferro e bala
Quero que você se dobre
ão guerreido da Senzala
Vai tirando a mão do meu patuá
Esa mandinga forte vai lhe derrubar
Vai tirando a mão do meu patuá
É do meu patuá, é do meu patuá
Vai tirando a mão do meu patuá
A mandinga é bem forte pode lhe matar
Vai tirando a mão do meu patuá 

AUTOR -Mestre Peixinho


Meu patuá

Foi na Bahia que eu mandei fazer
Foi na Bahia que eu mandei preparar
Meu patuá meu pai meu patuá
Meu patuá pra me proteger
Foi na Bahia que eu mandei fazer
Foi na Bahia que eu mandei preparar
Meu patuá meu pai meu patuá
Meu patuá pra me proteger
Fui convidado pra uma roda de gingante
Com dois pandeiros e três berimbaus
E um atabaque tocando maneiro e sereno
É a roda que já vai começar
Era domingo, era um dia de oferendas
E eu levei flores pra iemanjá
Fui celebrar Janaina, Rainha menina
Iemanjá que é a dona do mar
E na Bahia um mestre velho mandingueiro
Abriu a roda, fazendo uma louvação
Cantou bem forte o lamento
Me dando a benção
Era a hora de eu sair pra jogar
Meu patuá é meu berimbau sagrado
É minha vida e também o meu cantar
É os meus amigos sorrindo
Sempre junto comigo, na volta que o mundo dá

AUTOR-CDO


Conclusao- estudando termos técnicos e a propria historia desta frase verificamos que a frase pode ser interpretada de varias maneiras,mas sem perder seu essencial,alguns termos como mandinga sao subjulgados por pessoas que desconhecem seu real significado a deturpando,  caracteristica basica de pessoas menos cultas e ignorantes, o termo patuá virou significado de comercio de um simples objeto de decoraçao ou venda para turistas perdendo seu significado magico e espiritualista sinal força e ritual,mas apesar destas insinuansias a frase ganha importancia nos meios da capoeiragem e religiosidade no Brasil.

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Sábio é aquele que a tudo compreende e nada ignora. deus não impôs aos ignorantes a obrigação de aprender, sem antes ter tomado dos que sabem o juramento de ensinar.

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3 comentários:

  1. Pow esse estudo sobre mandinga e patuá
    te show gostei muito vlw pessoal
    tem que ter mais estudos desse aê no blog
    vou acompanha-lo agora e ver esses estudos.

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  2. Muito esclarecedor! Espero que no blog haja mais posts a respeito das tradições "magisticas" da capoeira.

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  3. Tirou todas as minhas dúvidas, e aprendi coisas que ainda não sabia!
    Show de bola, espero ver mais posts assim!

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